Quem já conhece esse blog sabe que o Viver e Viajar tem uma paixão assumida e incorrigível por Paris. Quem acompanha nossas redes sociais vira e mexe volta a receber fotos da capital francesa. Mas o que pouca gente sabe é que eu (Rebeca) morei em Paris por conta de um intercâmbio universitário em 2013 e que minha história na cidade começou quase que sem querer. Naquela época, eu e Renan ainda éramos namorados e nós dois fazíamos faculdade de Jornalismo no Rio de Janeiro.
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Desde que comecei a estudar, me interessei muito pelo programa de intercâmbio que a universidade oferecia para viver a experiência de passar um semestre estudando em outro país. O fascínio por viajar me acompanha desde que me entendo por gente e a ideia de me inserir em outra cultura, com outro idioma, outros costumes, como estudante era algo que me enchia os olhos.
Mas o primeiro ano de inscrições para o intercâmbio veio e se foi e eu não fiz nada. Via colegas de turma reunindo documentos e correndo para não perder prazos, mas não tive coragem de me inscrever. Justo naquela época, havia pouco tempo que eu e Renan tínhamos começado a namorar. Simplesmente não queria ficar longe meses a fio. Deixei a história para lá e foi tão natural quanto apaixonante ficar.
No segundo ano, porém, o período de inscrições se abriu novamente e, dessa vez, eu já estava chegando ao fim da graduação. Minhas chances de fazer o tão sonhado intercâmbio universitário se esgotavam. Eu não podia deixar passar a oportunidade.
Aproveitando a última chance de me inscrever antes que fosse tarde demais, juntei toda a documentação mais rápido do que o volume da papelada exigia e dei entrada no pedido de intercâmbio 2013.2. E o Renan, apesar da saudade que sentiríamos, me apoiou. Afinal, seriam “apenas” cinco meses.
[Aqui cabe um pequeno parêntese. Muitas pessoas acham que namoro e intercâmbio são uma equação incompatível. Na época, ouvimos muitos comentários surpresos sobre o fato de eu ir e o Renan ficar e a gente continuar namorando. Sinceramente, acho que isso depende dos seus objetivos. Se você desejar estar com uma pessoa, você vai estar, perto ou longe. Se você desejar estar com outras pessoas, você também vai estar, perto ou longe. Amor diz respeito não só a sentimentos, mas a escolhas também.]
Mas antes de finalizar o processo, restava a questão, para onde ir?
O velho continente europeu sempre foi meu alvo, mas dentre tantos micro países, onde? Tinha que ser um lugar onde, obviamente, eu pudesse me comunicar. Então fiquei entre a Inglaterra, porque tinha o inglês, e a França, porque fazia um ano e meio tinha começado a estudar francês. Bom, digamos que o aprendizado não ia lá essas maravilhas e dizem que morar em um lugar é a melhor forma de aprender um idioma.
Então estava decidido. “Vou morar sozinha em um lugar onde todos falam outra língua durante um semestre. Se não aprender desse jeito, não aprendo mais!”, pensei e decidi, assim, o local do meu intercâmbio, na esperança de voltar de lá “fluente” na língua.
Vou para a França. Confesso que tomei a decisão sem pesquisar muito. Apesar de ser apaixonada por viagem desde sempre, Paris era um destino que não tinha entrado ainda nos meus planos. Conhecia, é claro, pelos clichês, mas a decisão de ir para lá foi tomada basicamente pela questão do idioma e por ser a capital do país.
Mas quando eu pisei na Cidade Luz, toda frieza de um “planejamento curricular” se derreteu em amor à primeira vista. Minha paixão por Paris foi tão grande que resolvi escrever um texto à parte só para contar sobre esse processo. Não a Paris glamourosa (dos hotéis de luxo, grandes grifes e restaurantes caros) porque eu era uma estudante sem lenço, sem documento (e sem euros), mas a Paris cotidiana, dos antigos bulevares e suas histórias, dos passeios às margens do Rio Senna, dos cafés e bolangeries.
[Sobre o namoro, foram meses de muita saudade, não posso negar. Mas não me arrependo por nenhum segundo. Algumas oportunidades não caem no nosso colo duas vezes. E ao fim dos estudos, o Renan conseguiu ir me visitar em Paris! Ele ficou apenas oito dias lá, antes que partíssemos para um mochilão, mas estranhamente também caiu de amores pela capital francesa.]
2 comentários
Com certeza, foram meses de muita dor, dor da saudade!
Mas, desde de pequena você é assim: curiosa por descobrir coisas e lugares novos!
Então… fico feliz quando vejo você, filha, feliz!
É verdade, foram meses de muitos sentimentos… Muita saudade, mas muitas alegrias e experiências novas. Tudo contribuiu e trouxe um tipo de aprendizado e conhecimento que não se tem nas escolas e faculdades. Obrigada pelo apoio em todos os momentos!
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