As primeiras semanas morando na França foram bem difíceis. Demorei a processar, mas faço questão de falar disso aqui. O mundo das redes sociais é um mundo perfeito, mas a vida real, todos nós sabemos que não é. E morar fora do Brasil tem suas dificuldades. Quero que este blog também seja um espaço para falar delas.
Vir morar em Paris é muito diferente de fazer turismo e disso eu já sabia. O que não sabia é que meus dias de bonança durariam tão pouco. Tive uma reunião com o orientador da minha tese de mestrado na semana seguinte que cheguei e ele foi extremamente etnocêntrico (sabe, quando uma pessoa de um país se considera superior aos outros, de outros países).
Sim, isso existe até hoje. Sim, Paris não é só flores. Sim, é preciso (re)lembrar e (re)afirmar de onde viemos.
Quando saí do Brasil, ouvi de muitas pessoas que eu “fazia a coisa certa”, como se eu fosse me livrar de todos os problemas pelos quais o país passa. A questão é que lugares como a França não são isentos de problemas. Eles têm os seus, mas diferentes. Principalmente no que diz respeito a nós, estrangeiros.
Quando vejo brasileiros enaltecendo países europeus, como se eles fossem melhores do que o nosso, percebo que o eurocentrismo presente na fala do meu orientador, infelizmente está presente também em quem está sendo subjugado.
Vamos lá, irmãos. A gente pode fazer o que quiser, ir para onde quiser. Afinal, esse mundo é nosso! O que vai fazer a diferença é a forma como nos vemos e como vemos o outro. Enquanto considerarmos o outro superior a nós, não é o Brasil que continua sendo colonizado. Somos nós que continuamos com a mentalidade de colonizados.
Por isso, a foto escolhida para o texto é da Bahia e não da França. Para seguir relembrando as raízes com orgulho – relembrando e reafirmando (porque o orientador teve a resposta que merecia). Aqui e em qualquer outro lugar. Sempre.
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2 comentários
Gen. 12: 1 e2 Sê tu, uma bênção!
Bjs, minha linda!
Obrigada, vó!
Um beijo e um abraço!
🙂
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