Carro chefe do turismo em Petrópolis, o Museu Imperial esteve durante sete anos como número 1 da lista dos museus mais visitados do Brasil do Instituto Brasileiro dos Museus (Ibram). O local que foi construído para ser a casa de veraneio do Imperador Dom Pedro II, no século 19, bateu mais um recorde de visitação em 2017, atingindo a marca de mais de 409 mil pessoas (um aumento de 10% em relação ao ano anterior). O casarão preserva as características originais na parte interna (contando com móveis e objetos pessoais da então família imperial portuguesa) e externa (os jardins, projetados pelo paisagista francês Jean Baptiste Binot), o que traz aos visitantes uma ilustração do século XIX e o dia a dia de membros da dinastia dos Braganças.
A capacidade máxima de pessoas circulando dentro do museu é entre 350 e 400 pessoas – que é o número das famosas “pantufas” (para entrar no palácio, não é permitido andar sobre os pisos originais, por isso todos tem que calçar pantufas na entrada). Em época de alta temporada, quando o número de visitantes aumenta muito, a administração recorre à pantufas extras para atender à demanda. Foi o que aconteceu em janeiro de 2017, quando o Museu bateu recordes de visitação. Foram mais de 70 mil visitantes em único mês, cerca de 2.400 por dia.
“O Museu Imperial é a referência nacional sobre o período monárquico, que, como sabemos, coincide com a fundação do Estado nacional independente. Assim, conhecer o acervo histórico e artístico preservado no Palácio Imperial de Petrópolis é tomar ciência de valores relativos à identidade nacional”, observa o diretor do museu, professor Maurício Vicente Ferreira Jr.
Um pouco de História: a construção do casarão imperial
O palácio foi encomendado por Dom Pedro II, que na época morava na então capital do país, o Rio de Janeiro. Por uma diferença de pouco mais de 60 km, a distância sensorial de temperatura entre as duas cidades é gigante. A Serra desde aquela época passou a ser vista como refúgio do calor intenso do litoral fluminense no verão. Por essa razão, o imperador e sua família passavam aqui todos os anos a temporada entre os meses de novembro e maio, às vezes estendendo-se até junho. O que fez da cidade a capital do país em boa parte do ano, durante o império e início da República.
Para dar início à construção, d. Pedro II assinou um decreto em 16 de março de 1843, criando Petrópolis. A residência de estilo neoclássico foi projetada pelo major Julius Friedrich Koeler – que também foi o autor do projeto de Petrópolis, a primeira cidade planejada do mundo – e, após seu falecimento, por Cristóforo Bonini, que modificou o projeto e acrescentou o pórtico de granito ao corpo central. O palácio foi construído entre os anos de 1845 e 1862 com recursos da dotação pessoal do imperador.
O piso do vestíbulo, em mármore de Carrara e mármore preto originário da Bélgica, foi colocado em 1854, destacando-se também os assoalhos e as esquadrias em madeiras de lei, como o jacarandá, o cedro, o pau-cetim, o pau-rosa e o vinhático, procedentes das diversas províncias do Império. Os estuques das salas de jantar, de música, de visitas da imperatriz, de Estado e do quarto de dormir contribuem para dar graça e beleza aos ambientes do Palácio, um dos mais importantes monumentos arquitetônicos do Brasil.
Para concluir a obra, foram contratados importantes arquitetos ligados à Academia Imperial de Belas Artes: Joaquim Cândido Guillobel e José Maria Jacinto Rebelo, com a colaboração de Manuel Araújo Porto Alegre na decoração.
Os Jardins do Museu
Um espetáculo à parte, os jardins do Museu Imperial constituem uma agradável extensão do passeio para os visitantes. Foram planejados e executados por Jean Baptiste Binot, botânico e paisagista francês, estabelecido em Petrópolis, pioneiro no combate à devastação indiscriminada das matas da cidade. Nele se encontram ainda hoje espécies raras da flora brasileira e estrangeira.
Construídos em 1854, com cerca de 100 espécies de árvores e flores, vindas de mais de 15 regiões do mundo (México, Japão, Argentina, Índia, Equador, China, Austrália, Madagascar, entre outras) e grama francesa, os jardins conservam até hoje as linhas paisagísticas, tanto em relação aos canteiros como a disposição das espécies vegetais. Possui desde árvores exóticas – como as bananeiras de Madagascar e árvores de incenso – a flores como camélias, jasmins, manacás e flores do imperador. Como complemento, pedestais de granito onde foram colocados bustos de figuras mitológicas, ganharam também três chafarizes e quatro fontes.
É importante dizer que o local não ficou restrito à passeios turísticos, pelo contrário, é usufruído em larga escala pelos moradores da cidade, que nele fazem caminhadas, aulas de Yoga e meditação, passeios com crianças e como ponto de encontros diversos. O Museu Imperial e seus jardins definitivamente fazem parte da vida de quem mora na cidade de Petrópolis.
Atividades e serviços disponíveis
- Área para lanches, refeições e programações culturais no Duetto’s Café e Bistrô
- Loja de souvenirs do Museu Imperial
- Espetáculo Som e Luz
- Dramatização um Sarau Imperial
- Biblioteca Infantil Rocambole
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Endereço: Rua da Imperatriz, 220 – Centro, Petrópolis – RJ
Telefone: (24) 2233-0300
Visita: terça a domingo, 11h às 18h (visitação) | Bilheteria até 17h30
Ingresso: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)