Conheça em Petrópolis a Casa de Santos Dumont, o Pai da Aviação

by vivereviajar

Pitoresca, exótica e interessante, a casa onde morou o Pai da Aviação é um dos muitos chalés históricos de Petrópolis. Diferente dos demais casarões, ela se destaca por ter sido totalmente planejada pelo próprio Santos Dumont a fim de atender seu estilo de vida prático. Também chamada de “A Encantada”, hoje é um pequeno museu aberto ao público, que recebeu em 2016 mais de 160 mil visitantes. Preserva móveis e objetos pessoais do dono e traz um pouco da história do gênio da engenharia que revolucionou o mundo.

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O olhar do visitante logo percebe a lógica criativa que guiou a construção da casa. Não há como falar da casa de Santos Dumont sem falar do próprio Santos Dumont. Sua excentricidade e engenhosidade – a mesma que levou o inventor a sucessivos e persistentes experimentos e tentativas até conseguir alçar voo em 1906 – é refletida na construção do chalé. Compacto, pequeno e com algumas “engenhocas” ou pequenas “invenções”, o ambiente é totalmente planejado e otimizado para a vida de uma pessoa que mora sozinha e faz do seu local de descanso o mesmo do trabalho. Seria um presságio dos atuais home offices?

casa santos dumont - viver e viajar

A escada de degraus alternados

Erguida no antigo Morro do Encanto na forma de um chalé alpino francês, em 1918, “A Encantada” é acessada por uma que marca a visita de todos que por ela passam. Os degraus em forma de raquetes alternados forçam o visitante a começar a subida necessariamente com o pé direito. Esse tipo de escada permite uma maior inclinação sem comprometer a segurança durante os passos, permitindo apoiar plenamente os pés.

Na casa há duas desse tipo, uma escada externa liga o primeiro nível (onde fica o porão oficina) ao segundo (onde fica a entrada na sala da casa). A outra escada liga a sala ao mezanino-dormitório (nessa o visitante é forçado a começar a subida com o pé esquerdo).

Uma casa prática

A casa foi projetada em peça única com três andares e um terraço. No primeiro andar, ou térreo, há um porão que servia de oficina e laboratório. No segundo, a sala ampla destinava-se às refeições, à biblioteca e ao estúdio. O terceiro andar é caracterizado por um mezanino, onde encontra-se o banheiro e o escritório (durante o dia) e o dormitório (durante a noite). Isso porque ele fazia duplo uso de uma espécie de cômoda com muitos gavetões. Um colchão era colocado sobre o móvel à noite e retirado e guardado durante dia o por uma arrumadeira diarista. O local durante o dia podia ser usado como assento junto à uma escrivaninha do lado. O espaço era mínimo, mas suficiente para Santos Dumont, que tinha apenas 1,60m.

Casa Santos Dumont - Viver e Viajar

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Como não poderia deixar de ser, a casa possui também uma invenção. No banheiro existe um chuveiro que fornece água quente aquecida a álcool, feito com um balde perfurado, dividido ao meio, com entradas para água fria e quente, cuja temperatura é dosada com auxílio de duas correntes. Este deve ter sido provavelmente o primeiro aquecedor de água quente que não se utilizasse de aquecimento através de serpentina de cano de água passando através de fornalha ou fogão à lenha.

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Além disso, o chalé tem outras particularidades, como os móveis da casa, que são extensão da madeira utilizada nas paredes; e o acesso ao observatório astronômico no telhado de flandres, que é feito por escada de degraus fixados a uma única viga central, o corrimão de cabos de aço. Ah! E, detalhe importante, a casa não possui cozinha. Foi projetada dessa forma, valendo-se do hotel que existia logo em frente (hoje, a Universidade Católica de Petrópolis – UCP), onde fazia as refeições.

Museu Casa Santos Dumont

Tombada em 1952, a casa se tornou um museu por vontade de seus herdeiros, os sobrinhos de Santos Dumont, que doaram-na à Prefeitura de Petrópolis com a condição de que a casa se tornasse um local de visitação ou uma instituição que homenageasse e perpetuasse a memória do grande inventor.

Desde 2012, o museu possui um anexo na parte superior do terreno, o Centro Cultural 14 Bis, que disponibiliza maquete tátil, DVD em libras e catálogo em braile. Foi o primeiro do estado do Rio de Janeiro a utilizar mídias adequadas à recepção de pessoas portadoras de deficiência física, visual ou auditiva.

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Endereço: Rua do Encanto, 22, Centro
Visitação: Terça a domingo, de 9 às 17h30 (visitação)
Entrada: R$ 8 (inteira) e R$ 4 (meia) – Bilheteria até 17h.

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